Paul Celan III
UM OLHO, ABERTO
Horas, cor-de-Maio, frescas.
A não mais nomeável, quente,
audível na boca.
Voz de ninguém, outra vez.
Dolorosa profundidade do globo ocular:
a pálpebra
não barra o caminho, a pestana
não conta aquilo que entra.
A lágrima, a meio,
a lente mais nítida, ágil,
traz-te as imagens.
(tradução de Y. K. Centeno)
[Paul Celan. In: Grelha de Linguagem]
Horas, cor-de-Maio, frescas.
A não mais nomeável, quente,
audível na boca.
Voz de ninguém, outra vez.
Dolorosa profundidade do globo ocular:
a pálpebra
não barra o caminho, a pestana
não conta aquilo que entra.
A lágrima, a meio,
a lente mais nítida, ágil,
traz-te as imagens.
(tradução de Y. K. Centeno)
[Paul Celan. In: Grelha de Linguagem]
1 Anátemas
Muito bonito, Ponce, mas o meu preferido do Celan é "com a mão cheia de horas, assim tu me
vieste - e eu disse:
o teu cabelo não é castanho [...]".
Acho fantástico!
Agradeço teu comentário carinhoso nos tomates, mas creio que ainda tenho um longo caminho a percorrer antes de conseguir me auto-entitular 'poeta', essa palvavra estranha.
Vou-me que os livros já me chamam.
Beijo e sorte com as postagens diárias!
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