Exercício em tradução
Uma primeira tentativa.
Se puderem criticar, o façam; dar dicas, et cetera.
O livro sairá esse ano ainda se tudo der certo. Digo, o Imp..
Até!
Silêncio
Silêncio: um poderia com vontade
Consumi-lo, comê-lo como pão.
Não há nunca o bastante. Há,
Quando estamos calados, metais
Ragendo sobre estremecidos
Metais (uma porta bate; crianças
Choram); outras vidas nos cercam.
Mas lembre-se, não há
Silêncio interior; o estômago
Suspira, murmura. Que são
Essas fortes batidas, essa invocação?
Essa batera que bate, bate. Ouça
Sua barulhenta máquina mo-
Vendo-se em torno ao silêncio.
______
Silence: one would willingly
Consume it, eat it like bread.
There is never enough. Now,
When we are silent, metal
Still rings uppon shuddering
Metal; a door slams; a child
Cries; other lives surround us.
But remember, there is no
Silence within; the belly
Sighs, grumbles, and what is that
Loud knocking, that summoning?
A drum beats, a drum beats. Hear
Your own noisy machine, which
Is moving towards silence.
Edward Lucie-Smith
Se puderem criticar, o façam; dar dicas, et cetera.
O livro sairá esse ano ainda se tudo der certo. Digo, o Imp..
Até!
Silêncio
Silêncio: um poderia com vontade
Consumi-lo, comê-lo como pão.
Não há nunca o bastante. Há,
Quando estamos calados, metais
Ragendo sobre estremecidos
Metais (uma porta bate; crianças
Choram); outras vidas nos cercam.
Mas lembre-se, não há
Silêncio interior; o estômago
Suspira, murmura. Que são
Essas fortes batidas, essa invocação?
Essa batera que bate, bate. Ouça
Sua barulhenta máquina mo-
Vendo-se em torno ao silêncio.
______
Silence: one would willingly
Consume it, eat it like bread.
There is never enough. Now,
When we are silent, metal
Still rings uppon shuddering
Metal; a door slams; a child
Cries; other lives surround us.
But remember, there is no
Silence within; the belly
Sighs, grumbles, and what is that
Loud knocking, that summoning?
A drum beats, a drum beats. Hear
Your own noisy machine, which
Is moving towards silence.
Edward Lucie-Smith
12 Anátemas
olá!
lindo, lindo o poema! quem é o cara? não conheço.
passei para desejar bom final de semana e dizer que renderam os comentários lá no Medianeiro.blogspot, hehehe.
beijinhos
Gostei mais da tradução que do original.
esse poema é mesmo lindo. passei para ver what's up e deixar um beijo.
Esse poeta, Edward Lucie-Smith, nascido em 1933, editou uma antologia, na qual ele aparece com esse e outros poemas, chamada "British poetry since 1945".
Editou, ainda, muitas outras antologias, incluindo uma de poesia francesa (French poetry: the last fifteen years), livros de "própria autoria" e traduções.
Beijos e abraços.
Mande-me o Imp. devolvo-te pronto para ir para Editora! =]
saudades.
beijos.
Boa escolha para a tradução, Ponce.
E o livro, como vai se chamar?
Abraço
gostei muito daqui, volto mais vezes.
abraço
Tradução e traição: bom clichê. A tradução de uma poesia pode ser outra poesia... é só mais uma das possibilidades que as coisas tem em si, seus ecos e reflexos.
Só faria umas observações meio chatas, até me desculpe, mas sigo seus pedidos. "Essa batera que bate, bate" e "movendo-se em torno ao silêncio": por que não "uma bateria que bate, uma bateria que bate" e "movendo-se em direção ao silêncio"?
Abs.
e o silêncio invade o pleno sentir do ser extremo. Suspiro e murmúrios o definem.
Caro Beethoven;
grato pelos comentários.
Deixe-me tentar justificar as escolhas:
1) "Essa batera que bate, bate": havia pensado em "A bateria que bate, bate". Dessas duas formas, tenho as tônicas na 4ª, 7ª e 9ª; intuindo, de algum jeito, o ritmo da bateria a bater e bater (que, ao meu ver, é a intenção do autor). Com a forma que sugeriu, há dois problemas, na minha opinião: quebra rítmica e agigantamento do verso.
2)"movendo-se em torno ao silêncio" me pareceu mais coerente com o que o texto vinha desenvolvendo. A impressão que tenho é de algo em volta mesmo; como o corpo que é composto pelas coisas ditas e que nunca silencia, et cetera.
Mas, enfim, a coisa é essa: tradução é um problema. Uns dizem que poesia, de fato, é o que se perde na tradução.
É o que parece.
Um abraço.
Grato, também, aos outros comentários.
oi, ponce!
vi o recesso no alga e passei para deixar um beijo. thanks pela nota sobre o autor, realmente não conheço, um dia irei atrás.
beijinhos, depois me escreve sobre abreu praxe.
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